Glorious PC gaming master race vs. dirty console gaming peasants

 Atleti Azzurri d'Italia
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    De que formas um jogo de 2001 capturou o clima de desinformação moderno, do poder das gigantes tecnológicas ao escândalo da Cambridge Analytica – a visão do criador japonês em Metal Gear Solid 2.

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    “E quando esse dia amanhecer, ou o pôr-do-sol avermelhar-se, quão felizes não ficaremos! Factos serão considerados sem credibilidade, a Verdade será encontrada de luto pelos seus grilhões, e o Romance, com seu temperamento de maravilha, voltará à Terra. (…) Mas antes disto suceder, devemos cultivar a perdida arte da Mentira.”

    Esta citação vem de The Decay of Lying (“A Decadência da Mentira”), ensaio semi-narrativo de 1891, escrito por Oscar Wilde. Neste, dois homens, Vivian e Cyril, discutem a primazia duma abordagem Romântica na arte em comparação ao Realismo prevalecente da época, nomeadamente nos campos da literatura e teatro. O ponto de partida para a tese de Wilde é a mentira, não como uma subversão da realidade, mas sim como a chave para a criação de uma totalmente nova realidade, reintroduzindo assim a beleza no cerne do meio artístico.

    Um dos pilares do ensaio é a constatação da natureza e vida humana como seguidoras das invenções produzidas pela arte e não o contrário, que por sua vez vigora no movimento realista. Uma paisagem florida e solarenga só se torna grandiosa aos olhos humanos após — e só após — ter sido experienciada sob a perspetiva de um pintor que, através das mais variadas cores e arrojadas técnicas, visionou aquilo que uma paisagem devia parecer e ser; dois amantes só atingem a verdadeira plenitude de um romance quando este toma os contornos impossíveis de uma história de amor. Wilde resume-se dizendo: “A vida é a melhor, a única pupila da arte.”

    Há um certo sentido na construção de um ensaio sobre o Romantismo que por si mesmo se apresenta de uma forma romântica (a componente ficcional e metatextual), mas não é preciso debatermo-nos muito sobre a tese de Wilde até a sentirmos desfazer-se como areia nas nossas mãos, especialmente se a assumirmos como uma regra universal.

    Não podemos negar que esta perspetiva tem um certo grau de validade. O ser humano não cresce num vácuo, é sim uma esponja que absorve e é moldada por tudo o que a rodeia. Quantas crianças agora astronautas não quiseram primeiro seguir as pisadas de Luke Skywalker e companhia pela galáxia fora? Quantas pessoas desesperam por um só dia de amor como aquele vivido por Jesse e Celine em Before Sunrise? Quantas das nossas invenções modernas surgiram porque alguém as leu num livro ou viu num filme e, parando para pensar, disse para si mesmo “e se o nosso mundo tivesse isto”? Mas este mundo real é controlado por uma quantidade cada vez mais diminuta de mentes e personalidades, monopolizando todo progresso que se faz, anulando boa parte da revitalização que o nosso mundo tanto carece por vias artísticas.

    A ameaça climática agrava-se minuto a minuto; do espaço, quase se vêem o G arco-íris da Google e o carrinho de compras da Amazon estampados na superfície terrestre; na nossa constante interligação e comunicação, nunca nos sentimos tão sós e desamparados; surgem câmaras de eco, fake news, a cultura meme e a normalização da pós-verdade. Cada vez mais se sente o mundo sob carris, num trajeto único e sem desvios em direção a vários algos que culminam num derradeiro que, como a página final dum livro, como o último frame dum filme, se adivinha inevitável.

    Mas o trajeto tem desvios — imensos, aliás. A cada segundo, temos a possibilidade de fazer uma esquerda ou direita determinariam o fado de milhões, agora ou daqui um, dez, cinquenta anos. E acima de qualquer outro membro da sociedade, o artista e o pensador são os que nos advertem do que se segue.

    Muito recentemente, vimos Andreas Gursky a advertir-nos do caos causado pelo materialismo vicioso na era de ouro da Internet e vimos Amalia Ulman expôr as tendências e perigos psicológicos do Instagram, naquele que provavelmente é e será dos maiores exercícios de artifício artístico do século. Mais atrás no tempo, Andy Warhol também “previu” o comportamento humano nas redes sociais com a célebre frase: “No futuro, todos serão famosos durante 15 minutos.”

    . Ao lado destes artistas gostaria também de salientar Hideo Kojima, autor de videojogos japonês, alguém que previu e/ou correlacionou todos os problemas que enumerei há dois parágrafos atrás no jogo Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, lançado em 2001.


    Restante da reportagem no link.

    Deu preguiça copiar e colar tudo pelo Cel :lol:


    https://shifter.sapo.pt/2020/08/kojima- ... r-solid-2/
    X-MAN  isso

     ai caramba
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    ele não previu bosta nenhuma, só misturou um monte de ficção cientifica que tavam publicando na época e colocou num jogo de video game com vampiros e robos gigantes

    os autores originais provavelmente sim são futorologistas, por mais que odeie esse termo pois é como Admiravel Mundo Novo, ele simplesmente escreveu os planos da ONU e seus tentaculos

     Rules
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    Esse jogo continua sendo uma bosta hypada

     Jordanes do Mar Jônico
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    vou dar control F no texto, e se tiver alguém usando o termo modernidade líquida, vou sair dando ban em varios users aqui

     Bliss
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    Deus supremo do storytelling :emocao:

     Deep Lying Playmaker
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    O final do jogo é espetacular mesmo

    Mas a "mágica" da coisa é encaixar um tema como esse dentro de um plot já estabelecido

    Além disso, prever o futuro é uma expressão muito forte. Ainda, o Kojima obviamente se baseou em diversas outras fontes para desenvolver a ideia do final do jogo. Ninguém acha que ele criou aquelas ideias sozinho. Mas o compilado que ele fez dessas ideias e o jeito como ele as encaixou numa história com bagagem foi brilhante

    O problema de MGS2 é apenas um, o humor (e o mal gosto) japonês. As piadas sexuais, então, dão vontade de desligar o VG. Mas aí é o humor tosco do Kojima. Dá pra abstrair (e esse humor não influencia o plot diretamente). Mas sim, o brilhantismo do plot fica ofuscado quando se tem um cara de patins e gente pegando no saco do Raiden :facepalm:

     Rules
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    Kojima tb previu os homens com aparência andrógena e viadagens?

     Khoserken
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    Rules escreveu: Kojima tb previu os homens com aparência andrógena e viadagens?
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    Sim.

     SixAxiS
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    Respeitem o Raiden filho das putas.

     Rod
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    Rules escreveu: Kojima tb previu os homens com aparência andrógena e viadagens?
    Honestamente falando... não é isso que vemos com esses tais "idols" aí do kpop?

     Mota Offspring
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    South Park preveu o futuro também, metade das paródias deles viraram realidade ou pior

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