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 Kauezao
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    Sudit escreveu:
    Kauezao escreveu: A vitória do partido do Milei na Argentina tem vários razões :

    1 - A oposição só tinha como proposta frear o Milei e sem mostrar outra alternativa

    2 - Medo de se repetir o que aconteceu em 2001 com o Fernando de La Rua, quando o governo na época deu o calote na dívida externa o país entrou em um colapso interno com saques nos supermercados, pessoas feridas e mortas durante os protestos

    3 - Inflação estabilizada, algo que não acontecia desde 2017/2018, era a Argentina registrar taxas de inflação mensal moderadas, apesar de continuar alta, já não sobe com a mesma intensidade do governo Alberto Fernández.
    Olha, tudo isso é analise superficial.
    Os argentinos são iguais aos brasileiros, tem memoria curta, colocaram a Cristina de novo no poder depois de apenas 4 anos dela ter destruido o pais, assim como aqui fizeram com o PT.
    Imagina se vão lembrar do que aconteceu 25 anos atrás?

    O povo vive o momento, e o que importa no momento é a inflação.
    Eu sempre digo que a maior politica pública que o governo pode ter é a economia, se a economia vai bem a inflação cai, o poder de compra aumenta, o valor da moeda aumenta, a qualidade de vida aumenta, a pobreza diminui, a criminalidade diminui, a economia é o mais importante de tudo.
    Não sei como anda a situação da Argentina atualmente, mas se comparado com o que era 2 anos atrás parece estar muito mais estável, isso pesa nas eleições e não no que aconteceu no passado.


    Edit- E esqueci de destacar, os saques e violencia em 2001 foi organizado pelos peronistas, pelos sindicalistas, tanto que o Macri foi o 1o presidente não peronista que conseguiu concluir o mandato e Milei está caminhando para ser o 2o, todos os anteriores foram derrubados para colocar peronistas no lugar.
    Essa parte dos saques/protestos de 2001 eu já ouvi falar há muito tempo que foi uma forma de dar golpe no governo do presidente De La Rúa, além disso é um fato histórico que sempre é referenciado pela esquerda Kirchnerista, muitos acreditavam que o mesmo iria acontecer com o Milei ainda no começo do governo dele

    E sim tudo o que você disse tem bastante verdade, eu tenho 1 velho amigo argentino que sempre fica mudando de lado conforme o momento, inclusive ele era Macrista em 2019, criticava duramente o governo do Alberto Fernández e no final chegou a declarar voto no Sergio Massa.

     Sudit
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    Mota Offspring escreveu: Tem uma questão também que atrapalha muito é que pra países escrotos como Brasil e Argentina, o nervosismo do mercado pela volta da esquerda no poder e descontrole fiscal acaba virando uma profecia autorealizável, porque o dólar começa a ir pra cucuia, todo mundo fica na merda e acaba odiando o governo que tá no poder, sendo que a situação é causada justamente por medo da volta da esquerda. Argentina só conseguiu estabilizar um pouco a situação porque o Trump ajudou o Milei de forma sem precedentes, mas isso nunca aconteceria normalmente.
    Uma coisa que sempre digo e que alguns podem ficar puto, mas é a verdade, é que os EUA é o pais que mais ajuda seus aliados no mundo.
    2 exemplos mais famosos dessa politica americana são Japão e Alemanha, inimigos na guerra mas foram dos que mais receberam ajuda dos EUA.
    Só que os EUA é assim, eles ajudam, investem, mas querem retorno, Japão e Alemanha deram e dão até hoje retorno, são dos países mais ricos do mundo e os maiores aliados dos EUA em tudo.

    O problema dos EUA é quando ele investe e o dinheiro some, os politicos roubam, passa 10, 20 anos e a elite desvia todos os recursos enquanto o povo continua na pobreza e o pais na miséria.
    Quando isso acontece os EUA dão no pé.
    E o pior de tudo, quando pegam todo o investimento americano e começam a repassar para os "inimigos".

    Esse é o pior problema da América Latina, não há como fazer uma aliança séria com os EUA e duradoura, pq o dinheiro some. Mesmo que assuma um governo alinhado com os EUA e que façam acordos financeiro, depois assume outro governo e começa a repassar todo o investimento para Rússia, Cuba, Venezuela...
    Não existe estabilidade, compromisso com o crescimento, nossos governante tem como cultura que quando o dinheiro vem fácil, vai facil.

    Só uns exemplos da Argentina, fatos famosos lá... Nestor Kirchner quitou a divida com o FMI não lembro que ano foi, acho que 2007... muita comemoração e tal. Em seguida ele pegou emprestimo com a Venezuela. O juros do FMI eram acho que de 5%, os juros da Venezuela eram 15%. A Argentina quitou a divida com o FMI para criar uma divida maior com o Hugo Chavez.
    Por causa de tudo isso, dos calotes que a Argentina andava dando, Argentina perdeu credito internacional, até que assumiu o Macri e conseguiu fazer acordo com o FMI, e grande parte do emprestimo era justamente para pagar o rombo que a Cristina tinha deixado, as dividas internacionais que ela deixou.
    Sai o Macri e assume o Fernandez, ai veio a festa de pegar dinheiro do FMI multiplicando a divida.

    Agora vem o Milei, novo acordo financeiro para tentar cobrir o rombo... o que vai acontecer? Daqui 2 anos assume novamente um governo populista que vai pegar esse dinheiro e fazer a farra sem nenhum compromisso de pagar divida, até que a Argentina outra vez entre em default e perca todos os creditos até pagar suas dividas... para novamente assumir um "milei" e conseguir fazer acordos financeiros, conseguir novamente credito e o ciclo se reinicia.


    Kauezao escreveu: Essa parte dos saques/protestos de 2001 eu já ouvi falar há muito tempo que foi uma forma de dar golpe no governo do presidente De La Rúa, além disso é um fato histórico que sempre é referenciado pela esquerda Kirchnerista, muitos acreditavam que o mesmo iria acontecer com o Milei ainda no começo do governo dele

    E sim tudo o que você disse tem bastante verdade, eu tenho 1 velho amigo argentino que sempre fica mudando de lado conforme o momento, inclusive ele era Macrista em 2019, criticava duramente o governo do Alberto Fernández e no final chegou a declarar voto no Sergio Massa.

    Uma coisa que sempre vi falarem na Argentina, 25% da população é peronista, aqueles que irão votar no candidato peronista sim ou sim, podem colocar Hitler como candidato que esses 25% dos argentinos irão votar nele.

    A politica argentina funciona como a máfia italiana, é um exemplo bem fácil de entender.
    Vc sabe como funciona a máfia italiana?
    Tem o chamado "capo máfia", o lider, o cabeça, ao redor dele tem várias familias, cada familia tem suas familias internas, cada familia tem outras familias, vai se ramificando até o zé que bate carteira no semaforo.
    Essas familias estão em guerra constante, luta por poder, território, influencia, eles se atacam, se matam, mas chega domingo tá todo mundo sentado na mesma mesa almoçando com o "capo".

    O sistema politico argentino funciona exatamente assim.
    Na politica da Argentina eu sempre considero que de um lado existe os peronistas, e do outro aspirantes a peronistas.
    Pode ter os radicais, teve os macristas, os mileinistas... mas todos os politicos que compoem essas alianças é só aparecer a oportunidade que eles viram casaca e vão pro peronismo.


    Post ficou grande demais, senão faria uma comparação que já fiz várias vezes com aqui no Brasil, o que se tenta fazer mas como a estrutura politica brasileira é diferente, até hoje não se conseguiu implementar.
    Kauezao  isso

     Sudit
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    Kauezao escreveu: E sim tudo o que você disse tem bastante verdade, eu tenho 1 velho amigo argentino que sempre fica mudando de lado conforme o momento, inclusive ele era Macrista em 2019, criticava duramente o governo do Alberto Fernández e no final chegou a declarar voto no Sergio Massa.
    Espero que não fique chato o texto, mas vou tentar explicar um pouco o sistema politico argentino e assim vc vai encontrar sentido nesse teu amigo que votou no Macri, criticava o Fernandez e mesmo assim votou no Massa.

    Como já disse, a maneira mais facil de entender a politica de lá é se baseando na máfia italiana, coloca a máfia italiana na cabeça que todas as peças se encaixa.
    São familias que vivem em guerra, que se matam entre si mas no final de semana estão todos reunidos na mesma mesa, pq no final do dia são todos da mesma familia.


    Eu não estou acompanhando nada sobre a Argentina atualmente, não tenho a minima ideia de como foram as eleições, o único que aviso que não existe isso de vitoriosos e derrotados... os peronistas sempre ganham.

    Uma coisa que me arrependo é que mesmo morando tanto tempo lá nunca perguntei para alguem me explicar como caralho o sistema eleitoral argentino funciona, é uma bizarrice aquilo lá, então infelizmente isso não poderei explicar pq realmente não sei como é a votação.

    O que sim eu sei, e isso quero explicar, diferente daqui que os votos são em candidatos, lá se vota em "chapa", as eleições legislativas é por chapa e há coisas absurdamente bizarras.
    Se vota numa chapa mas ao mesmo tempo se vota num candidato, e esse candidato pode ser qualquer um que tenha poder politico e popular.
    Por exemplo, um governador é popular? Ele pode ser candidato nas eleições legislativa. Um senador é popular? Pode ser candidato.
    Toda a campanha será ao redor dele, ao redor do nome dele, e quando vence ele não tem nenhuma obrigação a assumir o mandato, ele pode continuar sendo governador, senador... ele só está la para atrair os votos e colocar 20 deputados.

    Não sei se estou conseguindo me explicar bem... basicamente é como um voto fantasma, se elege um politico popular e vem uma caixinha de surpresa com 20 cadeiras que o partido irá decidir quem assumirá. Ok, na chapa tem os nomes de todos os politicos que fazem parte do pacote, mas como disse, não há obrigação de assumir, podem renunciar, voltar para seu cargo atual e o partido coloca outro no lugar.


    Lembra o que falei da máfia italiana? Familia contra familia, mas não importa quem vença, peronistas sempre vencem?

    Exemplo 2009 que estava lá, a eleição de Buenos Aires foi entre o Nestor Kirchner (que era senador, se não me engano) e Sergio Massa, que era alcalde (prefeito) de Tigre.
    Ai começou a guerra entre eles, disputa entre "governo" e "oposição", xingamentos, ameaças, denuncias... no final Sergio Massa ganhou, festa de todo mundo, a "oposição" venceu o governo, grande derrota kirchnerista... são tudo farinha do mesmo saco!!!!! E não no modo de dizer, ambos são membros do mesmo partido!!!

    Como as eleições lá é por chapa e não por candidato, eu realmente não sei a porcentagem que cada chapa coloca de politicos... o "vencedor" coloca 20 deputados enquanto o "perdedor" deve colocar uns 10, não sei... no final todos são eleitos, só muda o peso da balança.
    Nem o Massa, vencedor das eleições e nem o Kirchner, perdedor mas que garantia sua cadeira, assumiram o cargo, eles voltaram para seus cargos atuais e colocaram outros no lugar.

    2013 foi a mesma coisa, se não me engano foi entre Scioli, que era governador de Buenos Aires e De Narvaes... ambos peronistas!!! De Narvaes "oposição" ganhou, festa da "derrota" do governo.

    Nisso vc deve entender um pouco a razão desse teu amigo odiar um mas acabar votando para o mesmo... pq na Argentina há esse showzinho de uma "guerra politica" de fantasia, aonde a grande maioria dos deputados que estão concorrendo fazem parte do mesmo partido, mas de "familia" diferente. E existe essa falsa ilusão de vitória, e o povo lá nasceu, cresceu e viveu a vida inteira com essa cultura, que "peronista A" é a opção contra "peronista B".

    E como disse, não sei como foram as eleições este ano, mas tenho certeza absoluta que foram os peronistas que ganharam contra os peronistas e há essa falsa ilusão que o "governo ganhou", pq seus peronistas eram a "oposição" dos peronistas do outro lado... para no final do dia ambos os lados se juntarem na mesma mesa para comemorar com as eleições.
    Kauezao  isso

     Sudit
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    Um exemplo mais facil de entender seria como aqui tivesse eleições entre PT e PSOL, Haddad contra Boulos.

    Vc sabe que são aliados, são "irmãos", são basicamente o mesmo partido mas são "divididos" para ampliar sua ramificação.
    Se numa eleição chegar ao 2o turno entre Haddad e Boulos vc sabe que não importa o showzinho que façam durante o horario eleitoral, que se ameacem, briguem, independente de quem ganhar ambos irão comemorar juntos e ambos os partidos farão parte do governo eleito.

    É assim como é a argentina, mas com uma estrutura criada já há 80 anos.

    E imagina se as eleições legislativas no Brasil fosse sistema de chapa, e as 2 chapas que disputam as eleições serão PT e PSOL. Não importa quem ganhe, ambos garantem dezenas de cadeiras na camara, garantirão a grande maioria no congresso.

    Com esse sistema politico na Argentina é impossivel os peronistas perderem o poder, mesmo que percam a presidencia. Só não vira uma ditadura pq como disse, esse sistema de máfia italiana mesmo todos fazendo parte da mesma familia, as familias estão em guerra constante de território e poder, se matam entre si mas se unem contra os de fora.
    Kauezao  isso

     Kauezao
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    Excelente explicação @Sudit udit, o cenário na Argentina não e diferente do Brasil, onde os velhos políticos e partidos se aliam quando lhe convém. O PT e o PSDB é o retrato disso antes do declínio dos tucanos havia eleições em que se apoiavam e depois rompia após as eleições, como exemplo em 98 quando a Marta Suplicy apoiou o Mario Covas no 2° turno contra o Maluf e depois PT pedia a saída do PSDB do governo estadual

    Alckmin e Lula é outro exemplo, que muitos vezes foi retratado como nazista pela esquerda, mais agora tá tudo bem ter ele como vice, o importante é derrotar o"perigo maior"

    Eu não acompanho quase nada da política dos outro países da América Latina, mais acredito que deve rolar o mesmo teatro de sempre

     Kauezao
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    O sistema eleitoral da Argentina então é um pouco semelhante no Brasil, no respeito ao parlamento, como aqui se um deputado recebe uma alta votação acaba puxando outros nomes com menos votos pelo coeficiente eleitoral.

     Kauezao
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    O sistema eleitoral da Argentina é de dar no na cabeça :rimbuk2:

     Mota Offspring
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    deu pra entender bem a explicação, e sinceramente não sei se é pior que o modelo brasileiro, que acaba ficando tudo extremamente fragmentado no congresso sem nenhum tipo de lealdade entre congressistas e executivo, no Brasil você é praticamente obrigado a subornar metade do congresso pra conseguir aprovar algo, enquanto na argentina se o cara não seguir seu voto ele nem ganha a próxima eleição mais. Centrão é uma anomalia brasileira, mas que dá pra dizer que foi o que salvou o Brasil de virar uma Argentina que fala.

    a questão de virar peronista contra peronista é basicamente o que ocorria no Brasil, onde o PSDB era extrema direita, acho que é muito mais um reflexo do controle que a mídia detinha sobre quem era popular ou não, e com a internet isso mudou completamente no mundo todo. Caso da argentina é até bem diferente porque o Milei ficou anos na TV argentina podendo construir sua popularidade e sua plataforma.

    Eu só não sei o que impede de ter 10 chapas concorrendo a presidência na Argentina e fragmentando o congresso, tem que ter algum tipo de licença pra poder registrar uma chapa? No Brasil só se você tiver um partido, e criar um partido é extremamente lucrativo graças ao fundo eleitoral
    Kauezao  isso

     Kauezao
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    Mota Offspring escreveu: deu pra entender bem a explicação, e sinceramente não sei se é pior que o modelo brasileiro, que acaba ficando tudo extremamente fragmentado no congresso sem nenhum tipo de lealdade entre congressistas e executivo, no Brasil você é praticamente obrigado a subornar metade do congresso pra conseguir aprovar algo, enquanto na argentina se o cara não seguir seu voto ele nem ganha a próxima eleição mais. Centrão é uma anomalia brasileira, mas que dá pra dizer que foi o que salvou o Brasil de virar uma Argentina que fala.

    a questão de virar peronista contra peronista é basicamente o que ocorria no Brasil, onde o PSDB era extrema direita, acho que é muito mais um reflexo do controle que a mídia detinha sobre quem era popular ou não, e com a internet isso mudou completamente no mundo todo. Caso da argentina é até bem diferente porque o Milei ficou anos na TV argentina podendo construir sua popularidade e sua plataforma.

    Eu só não sei o que impede de ter 10 chapas concorrendo a presidência na Argentina e fragmentando o congresso, tem que ter algum tipo de licença pra poder registrar uma chapa? No Brasil só se você tiver um partido, e criar um partido é extremamente lucrativo graças ao fundo eleitoral
    Na Argentina existe eleições de prévias, para escolher os candidatos a presidência, um partido pode apresentar várias chapas, porém só a mais votada consegue se classificar para as eleições oficiais

    E é necessário que cada coalizão faça pelo 1,5% dos votos válidos para conseguir ter a sua candidatura registrada nas eleições de outubro

    Eu lembro que na última eleição chegou a ter 30 chapas na disputa, porém só 5 conseguiram vencer.

     Sudit
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    Meus textos acabaram sendo muito longos, levando o fato que não sou argentino então minha visão é de alguem vindo de fora, os argentinos estão cegos no fanatismo e nacionalismo, por exemplo como ocorre em relação as Malvinas.

    Mas como disse, basta se basear na máfia italiana, pegar algum filme ou série sobre máfia e se vai entender como a politica argentina funciona...
    É uma guerra de uma mesma familia, um mesmo grupo politico, um mesmo partido, pelo poder.
    E lá é permitido que um único partido tenha vários outros partidos internos e que eles disputem eleições entre eles.

    Basicamente o único partido contrário do PJ (Partido Justicialista, vulgo peronistas) são os Radicais... mas aquilo dos argentinos, ne, é so o PJ oferecer uma vaga que muitos dos radicais abrem as pernas e mudam de lado.
    Politica argentina se divide entre peronistas e "anti peronistas" que estão buscando um lugar no peronismo.

     Sudit
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    Kauezao escreveu:
    Vc sabe como o Kicillof apareceu?

    Ele era professor de uma faculdade, agora nem sei qual, na época os kirchners começaram a manipular os indices de inflação, foi na época que Argentina tinha "apenas" 2% de inflação anual enquanto os preços subiam a cada semana.

    Kicillof então fez um grupo para calcular a inflação real, não a do governo, um estudo sobre a variação de preço.
    Isso chamou a atenção dos kirchners, como disse no post anterior, na argentina basicamente só existe 2 lados politicos, dos peronistas e dos aspirantes ao peronismo, e Kicillof foi um dos tantos que era "opositor" e foi absorvido pelos kirchners.
    Tem vários, mas muito outros exemplos bizarros de pessoas que da noite pro dia passaram a ser criticos severos do governo para se tornarem o porta voz fanatizado dos kirchners, tudo pelo dinheiro.

    Kicillof então surgiu como o "menino dos olhos celestes da Cristina", a Cristina estava maravilhada pelos olhos dele.
    Vai lá saber se teve teste do sofá, ne, por exemplo o ex vice dela todo mundo diz que era amante dela, por isso ganhou o cargo.


    Então Kicillof que surgiu fazendo grupo de estudo sobre inflação para contradizer os valores oficiais, em 1 ano passou a ser o articulador do governo para manipular os números de inflação, por uns 3 anos o governo deixou de divulgar números de inflação para criar o "relato" que a economia estava estável e principalmente não deixar nenhuma estatística para ser estudada no futuro.

     Sudit
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    Kauezao escreveu: Excelente explicação @Sudit udit, o cenário na Argentina não e diferente do Brasil, onde os velhos políticos e partidos se aliam quando lhe convém. O PT e o PSDB é o retrato disso antes do declínio dos tucanos havia eleições em que se apoiavam e depois rompia após as eleições, como exemplo em 98 quando a Marta Suplicy apoiou o Mario Covas no 2° turno contra o Maluf e depois PT pedia a saída do PSDB do governo estadual

    Alckmin e Lula é outro exemplo, que muitos vezes foi retratado como nazista pela esquerda, mais agora tá tudo bem ter ele como vice, o importante é derrotar o"perigo maior"

    Eu não acompanho quase nada da política dos outro países da América Latina, mais acredito que deve rolar o mesmo teatro de sempre

    Sabe, há coisas bem diferentes do Brasil e Argentina, mesmo que o resultado final seja parecido.
    Na Argentina basicamente 80% dos politicos são afiliados ao PJ, outros 20% se divide entre aspirantes a peronistas, que estão tentando construir uma carreira politica para serem aliciados pelo PJ, e uma pequena parcela de "opositores".
    Então basicamente as eleições na Argentina são disputadas por um único partido.

    No Brasil não tem isso, não há um partido que domine a politica brasileira.
    O problema do Brasil é que a pequena minoria tem o poder da nação, os politicos vindo dos estados mais pobres são aqueles que mais poder tem e esses não saem do poder pq suas familias controlam essas regiões há 500 anos e continuarão sendo eleitos nos próximos 500 anos.
    Kauezao  isso

     Sudit
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    Deixa eu fazer um complemento...
    Obviamente o que estou postando é minha opinião, se perguntar para argentinos eles devem ter outra ideia das coisas, pq nasceram e foram criados lá, faz parte da cultura deles.

    Um exemplo que quero dar é o Alberto Fernandez, ele era o braço direito do Nestor Kirchner, ele exaltava que foi o criador e idealizador de várias das campanhas agressivas do kirchnerismo. Quando Nestor morreu ele se tornou "opositor" da Cristina, era um dos que mais criticava o governo e soltava os podres.

    É a tática peronista, criar sua própria oposição. Eles são tanto os vilões que estão destruindo o pais como os herois que irão salvar o pais.
    Assim eles conseguiram dividir e controlar a Argentina, a parte da população que cai no encantamento dos discursos de esquerda, votam no peronismo, aquela parte da população que se exalta com a direita, votam no peronismo.
    E assim controlam as eleições.

     Mota Offspring
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    isso ocorre no Brasil também, o PSOL viveu pagando de oposição ao PT por anos, mas sempre foi linha auxiliar. Hoje em dia está mais escancarado esse papel, mas por anos faziam papel de pseudo oposição, como uma ala critica ao PT dentro da esquerda. Tudo isso foi por terra depois da lava jato quando tiveram a oportunidade de acabar com o PT de vez.

     Sudit
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    Mota Offspring escreveu: isso ocorre no Brasil também, o PSOL viveu pagando de oposição ao PT por anos, mas sempre foi linha auxiliar. Hoje em dia está mais escancarado esse papel, mas por anos faziam papel de pseudo oposição, como uma ala critica ao PT dentro da esquerda. Tudo isso foi por terra depois da lava jato quando tiveram a oportunidade de acabar com o PT de vez.
    Sim, o PSOL eu sempre comentei que tem essa função, ele é uma ramificação do PT disfarçada de partido independente para tentar essa expansão do partido.
    Só que não deu muito certo, PSOL tem um poder absurdo na mídia mas é um partido nanico com apenas 13 deputados entre 513, 80 vereadores entre 58 mil, nenhum senador, nenhum prefeito, nenhum governador.
    Um partido que não tem força sequer para decidir que sabor de gelatina irão servir no almoço da camara.

    E o PT depois que o Lula morrer, ninguem sabe qual será seu futuro...

    Então mesmo que o PT tentou fazer o mesmo que o peronismo fez na Argentina, e provavelmente há muitos exemplos parecidos em outros paises mas que não conheço para citar como exemplo... fracassou.

     Sudit
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    Só deixar um comentário... apesar de tudo isso é errado catalogar os peronistas como "esquerda".
    Kauezao  isso

     Kauezao
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    Sudit escreveu: Só deixar um comentário... apesar de tudo isso é errado catalogar os peronistas como "esquerda".
    Tem peronistas de diverses vertentes ideológicas

     Sudit
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    Kauezao escreveu:
    Sudit escreveu: Só deixar um comentário... apesar de tudo isso é errado catalogar os peronistas como "esquerda".
    Tem peronistas de diverses vertentes ideológicas
    É que como ocorre aqui, a questão não é o que se faz, mas quem faz.

    Menem tranquilamente é catalogado como extrema direita, se hoje ele estivesse no poder a Argentina estaria se alinhando com os EUA, igual como o Milei está fazendo, e todos os peronistas estariam aplaudindo que grande presidente tem.

    O problema do peronismo é que eles que querem ter e fazer, eles querem ser os salvadores da pátria, eles querem fazer os negócios e usufruir dos frutos.
    E principalmente, não querem de forma nenhuma que o pais cresça na mão de outro governo, preferem destruir o pais do que ve-lo fortalecido com outra frente politica.

    Eles não derrubaram o Milei e provavelmente não o farão neste 1o mandato, pq tudo o que Milei está plantando o peronismo espera colher em breve, usufruir dos emprestimos, da recuperação economica.
    Mas pode apostar que se Milei conseguir a reeleição, irão derruba-lo.
    Kauezao  isso

     Kauezao
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    Sudit escreveu:
    Kauezao escreveu: Excelente explicação @Sudit udit, o cenário na Argentina não e diferente do Brasil, onde os velhos políticos e partidos se aliam quando lhe convém. O PT e o PSDB é o retrato disso antes do declínio dos tucanos havia eleições em que se apoiavam e depois rompia após as eleições, como exemplo em 98 quando a Marta Suplicy apoiou o Mario Covas no 2° turno contra o Maluf e depois PT pedia a saída do PSDB do governo estadual

    Alckmin e Lula é outro exemplo, que muitos vezes foi retratado como nazista pela esquerda, mais agora tá tudo bem ter ele como vice, o importante é derrotar o"perigo maior"

    Eu não acompanho quase nada da política dos outro países da América Latina, mais acredito que deve rolar o mesmo teatro de sempre

    Sabe, há coisas bem diferentes do Brasil e Argentina, mesmo que o resultado final seja parecido.
    Na Argentina basicamente 80% dos politicos são afiliados ao PJ, outros 20% se divide entre aspirantes a peronistas, que estão tentando construir uma carreira politica para serem aliciados pelo PJ, e uma pequena parcela de "opositores".
    Então basicamente as eleições na Argentina são disputadas por um único partido.

    No Brasil não tem isso, não há um partido que domine a politica brasileira.
    O problema do Brasil é que a pequena minoria tem o poder da nação, os politicos vindo dos estados mais pobres são aqueles que mais poder tem e esses não saem do poder pq suas familias controlam essas regiões há 500 anos e continuarão sendo eleitos nos próximos 500 anos.
    Desde que eu comecei a acompanhar a política da Argentina em 2019, eu não entendia a legislação eleitoral desse país, no sentido que o mesmo partido pode lançar outras candidaturas na mesma eleição

    Nessa época o Macri trocou a sua vice por um peronista do PJ, achava que tinha problema isso, mais gora entendo que o Partido Justicilaista tem suas dissidências locais pelas províncias.
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