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 Trotskista Colorado
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    Texugo escreveu: A regra do assalariado é: se teu patrão defende um candidato, você vota no contrário menos ruim, mas articula com os trabalhadores uma greve pra forçar o menos ruim a pelo menos fazer umas coisas decentes sob pressão ou vai acabar dando na mesma.

     Texugo
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    Trotskista Colorado escreveu:
    Texugo escreveu: A regra do assalariado é: se teu patrão defende um candidato, você vota no contrário menos ruim, mas articula com os trabalhadores uma greve pra forçar o menos ruim a pelo menos fazer umas coisas decentes sob pressão ou vai acabar dando na mesma.
    Na verdade, tem que votar no contrário que tem potencial de ganhar, e quem vai ganhar é o Lula em 2026. Depois de ganhar, aí sim, as articulações e pressões.

    Enviado de meu motorola edge 60 pro usando o Tapatalk

     Trotskista Colorado
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    Texugo escreveu:
    Trotskista Colorado escreveu:
    Texugo escreveu: A regra do assalariado é: se teu patrão defende um candidato, você vota no contrário menos ruim, mas articula com os trabalhadores uma greve pra forçar o menos ruim a pelo menos fazer umas coisas decentes sob pressão ou vai acabar dando na mesma.
    Na verdade, tem que votar no contrário que tem potencial de ganhar, e quem vai ganhar é o Lula em 2026. Depois de ganhar, aí sim, as articulações e pressões.

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    Pro executivo no segundo turno eu concordo obviamente.

    No primeiro turno, depende muito do que tiver de disponível na região em termos de legislativo (dependendo do que tiver, pode valer arriscar) e sempre importante dar uma força pro mais radical possível na presidencial para ele depois ter facilidades pra virar deputado ou senador com a exposição de uma boa campanha eleitoral.

     Wukong SSJ
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    Trotskista Colorado escreveu: A reforma do Bolsonaro transforma a invalidez em quase uma punição.
    Não protege quem adoece: barateia o custo do trabalhador descartado.
    reforma da previdência etc etc etc
    Então, a reforma da previdência que o governo Lula aprovou em 2003 foi uma porrada no povo brasileiro. A reforma da previdência do Bolsonaro também foi mais uma porrada no povo brasileiro.

    O que é certo que ainda vamos ter mais reforma da previdência e será outra porrada no povo brasileiro. Direita ou Esquerda, seja quem estiver no poder, vai fazer reforma, é algo que vai acontecer e vai prejudicar muita gente. Não tem pra onde correr. É péssima e vai acontecer, e por mais bem elaborada que seja, será ruim pro povo. Nisso eu concordo.

    Agora se você acha que uma reforma da previdência do governo da esquerda vai ser mais bonzinho do que uma da direita, tenho uma péssima notícia pra você: ambos se preocupam com eles, com a classe deles, o povo que se lasque.
    No capitalismo, se não for o dono dos meios de produção, enquanto você produz, você vale.
    Quando não produz mais, o sistema trata você como despesa.
    A reforma do Bolsonaro só deixou isso escrito na lei.
    No socialismo / comunismo se você em nada produz, você também é tratado como despesa. Você será tratado como lixo em qualquer sistema, seja capitalismo ou socialismo.

    Uma diferença grande é que vemos muitos casos de pessoas que saíram da pobreza no capitalismo e conseguiram alcançar classe média / riqueza com bastante trabalho ou ideias boas que geraram lucro.

    No socialismo isso é algo muito menos comum: se você nasce pobre, muito provavelmente será pobre durante toda sua vida.

    Não estou defendendo sistema algum, ambos são falhos, todavia basta olhar para o mundo atual e ver que o capitalismo é onde um pobre pode virar rico: trabalhe igual um condenado, junte dinheiro, comece algo e tente a sorte. Nota: em países afundados em corrupção onde o governo toma grande parte do que você produz, isso se torna bem mais difícil.

     Texugo
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    Wukong SSJ escreveu:
    Trotskista Colorado escreveu: A reforma do Bolsonaro transforma a invalidez em quase uma punição.
    Não protege quem adoece: barateia o custo do trabalhador descartado.
    reforma da previdência etc etc etc
    Então, a reforma da previdência que o governo Lula aprovou em 2003 foi uma porrada no povo brasileiro. A reforma da previdência do Bolsonaro também foi mais uma porrada no povo brasileiro.

    O que é certo que ainda vamos ter mais reforma da previdência e será outra porrada no povo brasileiro. Direita ou Esquerda, seja quem estiver no poder, vai fazer reforma, é algo que vai acontecer e vai prejudicar muita gente. Não tem pra onde correr. É péssima e vai acontecer, e por mais bem elaborada que seja, será ruim pro povo. Nisso eu concordo.

    Agora se você acha que uma reforma da previdência do governo da esquerda vai ser mais bonzinho do que uma da direita, tenho uma péssima notícia pra você: ambos se preocupam com eles, com a classe deles, o povo que se lasque.
    No capitalismo, se não for o dono dos meios de produção, enquanto você produz, você vale.
    Quando não produz mais, o sistema trata você como despesa.
    A reforma do Bolsonaro só deixou isso escrito na lei.
    No socialismo / comunismo se você em nada produz, você também é tratado como despesa. Você será tratado como lixo em qualquer sistema, seja capitalismo ou socialismo.

    Uma diferença grande é que vemos muitos casos de pessoas que saíram da pobreza no capitalismo e conseguiram alcançar classe média / riqueza com bastante trabalho ou ideias boas que geraram lucro.

    No socialismo isso é algo muito menos comum: se você nasce pobre, muito provavelmente será pobre durante toda sua vida.

    Não estou defendendo sistema algum, ambos são falhos, todavia basta olhar para o mundo atual e ver que o capitalismo é onde um pobre pode virar rico: trabalhe igual um condenado, junte dinheiro, comece algo e tente a sorte. Nota: em países afundados em corrupção onde o governo toma grande parte do que você produz, isso se torna bem mais difícil.
    Reforma da previdência de 2003 bateu muito mais no serviço público, que tinha paridade e integralidade.

    Agora o que fizeram no governo Bolsonaro foi covardia, foderam com o pobre assalariado privado. Empresas, todas descartam funcionários acima dos 50 anos, como que vão viver até os 65 anos?

    Bolsonaro e quem concorda com isso tem que ser linchados com toda a crueldade.

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     Trotskista Colorado
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    Wukong SSJ escreveu:
    Trotskista Colorado escreveu: A reforma do Bolsonaro transforma a invalidez em quase uma punição.
    Não protege quem adoece: barateia o custo do trabalhador descartado.
    reforma da previdência etc etc etc
    Então, a reforma da previdência que o governo Lula aprovou em 2003 foi uma porrada no povo brasileiro. A reforma da previdência do Bolsonaro também foi mais uma porrada no povo brasileiro.

    O que é certo que ainda vamos ter mais reforma da previdência e será outra porrada no povo brasileiro. Direita ou Esquerda, seja quem estiver no poder, vai fazer reforma, é algo que vai acontecer e vai prejudicar muita gente. Não tem pra onde correr. É péssima e vai acontecer, e por mais bem elaborada que seja, será ruim pro povo. Nisso eu concordo.

    Agora se você acha que uma reforma da previdência do governo da esquerda vai ser mais bonzinho do que uma da direita, tenho uma péssima notícia pra você: ambos se preocupam com eles, com a classe deles, o povo que se lasque.
    No capitalismo, se não for o dono dos meios de produção, enquanto você produz, você vale.
    Quando não produz mais, o sistema trata você como despesa.
    A reforma do Bolsonaro só deixou isso escrito na lei.
    No socialismo / comunismo se você em nada produz, você também é tratado como despesa. Você será tratado como lixo em qualquer sistema, seja capitalismo ou socialismo.

    Uma diferença grande é que vemos muitos casos de pessoas que saíram da pobreza no capitalismo e conseguiram alcançar classe média / riqueza com bastante trabalho ou ideias boas que geraram lucro.

    No socialismo isso é algo muito menos comum: se você nasce pobre, muito provavelmente será pobre durante toda sua vida.

    Não estou defendendo sistema algum, ambos são falhos, todavia basta olhar para o mundo atual e ver que o capitalismo é onde um pobre pode virar rico: trabalhe igual um condenado, junte dinheiro, comece algo e tente a sorte. Nota: em países afundados em corrupção onde o governo toma grande parte do que você produz, isso se torna bem mais difícil.
    Sobre o primeiro ponto: não estamos tão distantes nisso, acho que deixo bem claro que Lula é uma opção melhor, mas longe de ser ideal. O problema é que as reformas factuais feitas pelo governo Bolsonaro são bem horríveis mesmo. Em grau maior que a do Lula em 2003. Mas assim, meu ponto é que o petismo faz uma graça eventual pros trabalhadores enquanto bolsonarismo acaba com eles, então sei lá, acho que nem tem grande discussão se tu acha a mesma coisa. É um erro, mas assim, ambos vão na mesma direção, apenas o petismo vai na segunda marcha e o bolsonarismo vai na quinta. Ainda sim, 100x melhor petismo por isso. O que eu quero é mudar a direção do carro antes do abismo.

    Sobre a parte do socialismo, do que diabos está falando?

    Esse argumento mistura coisas diferentes e acaba errando justamente no ponto central do debate.

    Primeiro: socialismo real, no sentido marxista, só existiu de forma embrionária até a burocratização da União Soviética sob Stalin. Depois disso, o que houve foi Estado burocrático, não comunismo. Trotsky foi explícito nisso: a URSS degenerou porque o poder saiu das mãos da classe trabalhadora e foi apropriado por uma casta administrativa. Confundir isso com “socialismo em si” é como confundir capitalismo com um cartel mafioso específico. Ainda sim, mesmo nessa experiência degenerada, ninguém viva na rua, as condições sociais melhoraram absurdamente considerando que a Rússia era feudal e etc...

    Agora se está falando de todo resto, basicamente um capitalismo de estado.

    O critério marxista é simples :
    - enquanto existir forma-mercadoria, trabalho assalariado e acumulação, não houve superação do capitalismo.

    E isso nunca foi superado em Cuba, Venezuela ou experiências similares.

    Nesses países, o que mudou foi quem administra o capital, não a lógica do capital. O Estado virou o grande gestor, mas continuou produzindo mercadorias para o mercado, pagando salários, extraindo excedente e competindo no mercado mundial. Isso não é comunismo: é capitalismo sob gestão estatal.

    A forma-mercadoria permaneceu intacta.
    O trabalhador continuou vendendo força de trabalho.
    O valor continuou se realizando no mercado.

    (com algumas pequenas modificações de acordo com o caso concreto)

    Ou seja: a base do capitalismo seguiu viva.

    Além disso, esses países nunca romperam com o mercado mundial. Cuba dependeu (e depende) de exportação de commodities e turismo; a Venezuela do petróleo; ambos profundamente condicionados por capitais estrangeiros, crédito externo, sanções, acordos assimétricos. Quando o preço da commodity cai ou o crédito seca, o sistema entra em colapso.

    Isso é central:
    - não existe socialismo em um só país dependente do capital internacional.

    Marx já dizia que o capitalismo é um sistema global. Trotsky aprofundou isso: sem revolução internacional, qualquer experiência isolada tende à degeneração burocrática ou à restauração aberta do capital.

    O que aconteceu nesses países foi exatamente isso:
    – o Estado assume setores estratégicos;
    – continua operando segundo a lógica do valor;
    – se financia via exportação primária;
    – vira refém do mercado mundial;
    – cria uma burocracia que administra escassez.

    A burocracia, então, passa a agir como classe dominante de fato, mesmo sem ser proprietária jurídica dos meios de produção. Ela controla o acesso, a renda, os cargos, o excedente - e isso substitui a burguesia clássica, mas não elimina a exploração.

    Por isso dá errado. Não porque “o socialismo falha”, mas porque nunca se chegou ao socialismo.

    Comunismo pressupõe:
    – superação da forma-mercadoria;
    – fim do trabalho assalariado;
    – produção orientada por necessidades sociais;
    – propriedade social real dos meios de produção;
    – desaparecimento progressivo do Estado.

    Nada disso existiu nessas experiências tardias.

    Então quando alguém aponta Cuba ou Venezuela como “prova do fracasso do comunismo”, está errando o alvo. O que falhou foi a tentativa de administrar o capitalismo periférico com retórica socialista, sob cerco imperialista e dependência externa.

    Isso não absolve essas experiências - pelo contrário. Elas mostram que sem ruptura real com o capital, sem internacionalização da revolução e sem poder direto da classe trabalhadora, o resultado não é emancipação, mas capitalismo de Estado, escassez e repressão.

    Não é que “o comunismo não funciona”.
    É que ele nunca foi implementado ali.

    Enquanto a mercadoria mandar, o capital - estatal ou privado - manda junto.

    Segundo ponto, decisivo: no comunismo não existe “rico” nem “pobre”. Esse é literalmente o objetivo do sistema. Não é criar um mundo onde todo mundo ganha pouco, mas um mundo onde ninguém vive da exploração do trabalho alheio. A pergunta “como alguém fica rico no comunismo?” já parte de um pressuposto errado: ninguém deve ficar rico, assim como ninguém deve ficar miserável.

    Sobre “quem não produz vira despesa”: isso é lógica capitalista, não socialista. No capitalismo, se você não produz lucro, vira custo. No comunismo, a produção é organizada para atender necessidades sociais, inclusive de quem está doente, idoso, criança ou temporariamente incapaz. Tratar essas pessoas como “lixo” não é falha do socialismo - é exatamente o que o capitalismo faz hoje, como vemos na Previdência, na saúde e no mercado de trabalho.

     Metta World Peace
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    finalmente apareceu algum esquerdista minimamente inteligente que não se limita a chupar o pau do lula porque sim


    no mais, o grande problema é o próprio estado brasileiro

    a questão da previdência tem que ser observada algumas coisas, primeiro que existe muito brasileiro 171 que mente para ganhar benefício sem estar incapacitado, então é necessário perícia, segundo que o serviço público está assoberbado, não só no judiciário, em qualquer lugar, seja federal, estadual ou municipal, não há servidores o suficiente para dar conta da demanda da população, terceiro que quem define o destino do dinheiro público (os três poderes mais lobby de grandes empresas, especialmente bancos) prefere gastar a maior parte da grana para aumentar os privilégios de quem está no topo da pirâmide do estado (juízes, políticos etc), o que poderia ser utilizado para ter mais servidores para que o serviço público em geral seja prestado com eficiência

    a conclusão que hoje é muito fácil adotar políticas públicas como bolsa família para manter o curral eleitoral enquanto gasta o grosso do orçamento público para atender interesses escusos, o que lula/PT fazem com maestria

     Trotskista Colorado
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    Metta World Peace escreveu:

    a questão da previdência tem que ser observada algumas coisas, primeiro que existe muito brasileiro 171 que mente para ganhar benefício sem estar incapacitado, então é necessário perícia, segundo que o serviço público está assoberbado, não só no judiciário, em qualquer lugar, seja federal, estadual ou municipal, não há servidores o suficiente para dar conta da demanda da população, terceiro que quem define o destino do dinheiro público (os três poderes mais lobby de grandes empresas, especialmente bancos) prefere gastar a maior parte da grana para aumentar os privilégios de quem está no topo da pirâmide do estado (juízes, políticos etc), o que poderia ser utilizado para ter mais servidores para que o serviço público em geral seja prestado com eficiência

    Então, eu lido bastante com a área e tenho várias coisas a dizer sobre isso.

    Primeiro é que não existe base alguma sobre falar genericamente que "muitos brasileiros mentem". Quantos? Qual porcentual? Qualitativamente, são pessoas que mentem apenas na intensidade por medo do INSS não ajudar?

    Não existe nada além de uma impressão que há mentiras e assim, existe forma de resolver isso, com mais regras de avaliação, não cortando absurdamente os direitos de quem precisa. Entende o problema aqui? "ah, eu acho da minha cabeça que pessoas mentem ainda que possa ser numa proporção ínfima, logo vamos reformar toda a previdência não lidando com o problema, mas sim cortando o benefício de quem precisa".

    Ainda que as fraudes fossem 10% (o que me parece um número ABSURDAMENTE ALTO, tenho dúvidas se chegaria a 1%), considerando que nenhum sistema é perfeito, não seria uma taxa a se aceitar, e enfrentar na medida do possível, para garantir, por exemplo, que se tu perder a tua perna trabalhando vai ter ajuda do estado? O meu ponto aqui é que o benefício social disso é muito maior do que os supostos problemas.

    Além disso, já tive que lidar com fraudadores do inss na vida e minha perspectiva é que não vale a pena.

    A vida de quem frauda benefício por incapacidade costuma ser péssima. Primeiro porque não é “vida boa sem trabalhar”, como muita gente imagina. É uma existência baseada em medo constante: medo de perícia, de denúncia, de cruzamento de dados, de ser visto fazendo qualquer coisa que “pareça normal”. A pessoa passa a policiar o próprio corpo, os próprios movimentos, a própria vida social.

    Segundo: há um custo psicológico enorme. Viver fingindo incapacidade exige encenação permanente, repetição de narrativas, justificativas, silêncio. Isso corrói a autoestima. Não é coincidência que muita gente que entra nisso acabe adoecendo de verdade: ansiedade, depressão, somatização, pânico. O corpo cobra. Não é misticismo: é desgaste psíquico prolongado. Sério mesmo, todos os que eu conheci por trabalho tiveram alguma merda psicológica foda.

    Terceiro: o valor recebido quase nunca é decente. Geralmente é baixo, corroído pela inflação, insuficiente pra viver com dignidade. E tende a piorar com reformas, revisões e cortes. A pessoa fica presa a uma renda que não cresce, não acompanha o custo de vida e impede qualquer projeto de longo prazo. Inclusive o medo quando lida com esses casos da pessoa é como sair disso e voltar a ser "normal" sem acabar se ferrando.

    Quarto: há a perda da vida social normal. Quem vive disso precisa esconder a situação de amigos, familiares, parceiros. Não pode estudar livremente, trabalhar informalmente, viajar tranquilo, se expor. Vive numa espécie de semi-clandestinidade, sempre justificando por que não faz isso ou aquilo.

    Quinto: o tempo vira um vazio hostil. Não é “ócio criativo”, é imobilidade forçada. Não poder produzir, criar, se desenvolver, por medo de perder o benefício, destrói a relação da pessoa com o próprio sentido de utilidade e identidade.

    No fim, a fraude vira uma prisão de longo prazo: pouco dinheiro, muita vigilância, isolamento, culpa, adoecimento real e ausência de horizonte. Não há vitória aí.

    Por isso, quando alguém entra nesse caminho, raramente é por malandragem pura. É, na maioria das vezes, desespero, combinado com um sistema que empurra pessoas para escolhas ruins e depois as pune por isso. Não posso dar muitos detalhes dos casos que trabalhei, mas em todos a pessoa tinha um problema inicial e por isso recorreu a isso. E pagou com um carma devastador.

    Quanto ao serviço público, os dados vão ao oposto do que tu afirma. Desde o governo FHC caiu o percentual de servidores públicos, inclusive achei aqui esse texto que é bem didático:
    Apenas 12% da força de trabalho no Brasil é composta por servidores públicos. Mesmo sendo um país de dimensões continentais, o Brasil possui uma proporção de servidores públicos em relação à força de trabalho bem menor do que muitos países desenvolvidos, como os da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que tem uma média de 23,48%.

    EUA (13,56%), França (20,28%), Reino Unido (22,63%) e Dinamarca (30,22%) e países vizinhos como Argentina (19,31%) e Chile (13,10%) possuem proporções maiores de servidores públicos que o Brasil, por exemplo.

    É um mito o discurso que temos servidores demais. E também é um mito que o estado gasta demais com o funcionalismo público federal.

    O Brasil gasta com mão de obra dos serviços públicos cerca de 13% do PIB, menos que a média de 17% dos países da OCDE. Sendo que 70% desses servidores, trabalham em áreas essenciais, como educação, saúde e segurança pública. São professores, médicos, enfermeiros e policiais que atuam diretamente na garantia de direitos sociais fundamentais para o combate às desigualdades sociais.

    O argumento dos setores da grande mídia e empresariais de que há um gasto excessivo da União com os servidores não se sustenta também quando olhamos para os dados em perspectiva histórica: a despesa com a folha de pagamento dos servidores reduziu se comparado ao crescimento do PIB. O crescimento da economia não tem sido acompanhado por um aumento proporcional do investimento em mão de obra dos serviços públicos.

    Na verdade, há 24 anos que o “gasto” com os servidores é inferior ao permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Na gestão fiscal brasileira, o cálculo de limites e restrições financeiras estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é feito em base a Receita Corrente Líquida (RCL).

    A RCL é o montante de recursos financeiros que o estado realmente tem disponível para gastar após a dedução de determinadas transferências e contribuições obrigatórias, como no casa da União, transferências constitucionais ou legais aos estados e municípios.

    Em 2024, a RCL foi de R$ 1.430.035 (1 trilhão, 430 bilhões e 35 milhões). Conforme a LRF, o governo poderia investir até 715 bilhões e 18 milhões de reais em mão de obra para execução de garantias sociais, como saúde, educação, segurança e políticas públicas. Porém, o Poder Executivo empenhou somente 25,58% (365 bilhões e 822 milhões de reais) do valor permitido.

    Para incentivar a disseminação desse mito de que o estado gastaria demais com os servidores, um dos principais argumentos dos deputados bolsonaristas do GT da Reforma Administrativa é de que é preciso “acabar com os supersalários dos servidores”. Um discurso que dialoga bastante com a dura realidade da maioria dos brasileiros que vivem com o mínimo.

    Mas o argumento dos supersalários é um espantalho usado para justificar um ataque geral aos serviços essenciais que garantem à população o acesso a direitos básicos e fundamentais no combate à pobreza e desigualdade.

    Primeiro, porque o próprio texto base do GT não resolve o que eles dizem que precisa acabar. O texto base diz “Somente poderão ser excetuadas dos limites remuneratórios de que trata o XI do caput as seguintes parcelas, desde que expressamente previstas em lei”. O que prova um total desconhecimento da máquina pública ou má fé. Afinal, grande parte dos supersalários é originada por uma série de “penduricalhos” aprovados exatamente por leis no Congresso Nacional.

    Em segundo lugar, porque a esmagadora maioria dos servidores não tem supersalários. De acordo com PNAD Contínua de 2023, somente 0,3% dos servidores efetivos do país recebem acima do teto salarial estabelecido pela Constituição.

    A limitação desses salários geraria uma economia anual de R$5 bilhões. O que nos leva a questionar se de fato a proposta do GT é acabar com os supersalários ou apenas usar esse argumento para confundir a população e justificar um ataque geral aos serviços públicos.

    Afinal, se a preocupação desses deputados fosse mesmo “proteger a economia brasileira” e a “saúde financeira do estado brasileiro”, não seriam contra uma medida muito mais eficiente como a taxação das grandes fortunas. Para se ter uma ideia, se o estado brasileiro taxasse em apenas 2% a riqueza dos 0,1% mais ricos do Brasil, geraria R$ 41,9 bilhões por ano aos cofres públicos.

    Fica evidente que a Reforma Administrativa que se discute no Congresso Nacional não é baseada nas reais necessidades dos serviços públicos brasileiro e, portanto, da população. Os serviços públicos do nosso país precisam de mais investimentos, inclusive garantindo melhores salários aos servidores e servidoras que trabalham todos os dias para garantir um atendimento de qualidade à população.

    Não existe SUS sem servidores! Não existe universidade pública sem servidores! O argumento falacioso de que o estado brasileiro gasta muito com os servidores serve apenas para dividir a sociedade, enfraquecer os serviços públicos e abrir caminho para as empresas privadas expandirem seus negócios.
    https://www.sintietfal.org.br/2025/07/r ... istrativa/
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